No Brasil, a atividade de apicultura, que envolve a criação de abelha para a obtenção de mel, cera e outros derivados, desempenha um papel significativo. O trabalho mais importante é o serviço de polinização que as abelhas prestam, aumentando a produtividade e a produção de grãos, sementes, frutos, verduras e legumes.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), 85% das plantas com flores e 70% das culturas agrícolas dependem diretamente dos polinizadores, além de possuir uma longa tradição e uma crescente relevância econômica. De acordo com relatório divulgado em 2016 pela Plataforma Intergovernamental de Serviços Ecossistêmicos e Biodiversidade (IPBES), as culturas que dependem da polinização animal, incluindo as abelhas, contribuem com aproximadamente 35% do volume total de produção de alimentos no mundo, representando entre 5% e 8% do valor global dessa produção.
De acordo com os dados do IBGE, o país tem cerca de 350 mil produtores de mel, e em 2021 registrou recorde de produção, com 55,8 mil toneladas, aumento de 6,4% ante a 2020, o que faz do Brasil o décimo maior produtor de mel do mundo. O valor da produção chegou a R$ 854,4 milhões, um aumento de 34,8% sobre o ano de 2020.
No Brasil, a apicultura enfrenta diversos desafios, mas mesmo com todas essas adversidades, o setor apícola apresenta um imenso potencial de crescimento. Nos últimos anos, tem sido observado um aumento na demanda por produtos como mel, própolis e geleia real. Esse crescimento é impulsionado pelo interesse crescente dos consumidores em alimentos saudáveis e naturais, além de contribuir para o desenvolvimento econômico e social, gerando empregos e renda. A apicultura é uma atividade sustentável e benéfica para o meio ambiente, destacando-se como uma importante fonte de produtos naturais de alta qualidade.
Quanto as exportações, o Brasil desempenha um papel importante no mercado internacional de mel, especialmente no norte-americano. Estados Unidos continuam como principal destino para o mel brasileiro, com 87% do volume exportado. Em 2021, o país exportou aproximadamente 47 mil toneladas de mel, representando um aumento de 8,4% em relação ao ano anterior, conforme dados do Ministério da Industria, Comércio Exterior e Serviços. O faturamento das exportações de mel em 2021 aumentou 76% em relação a 2020.
O Rio Grande do Sul é o maior Estado produtor (9,2 mil toneladas) de mel, seguido pelo Paraná (8,4 mil toneladas) e o Piauí (6,9 mil toneladas). No total, 3.991 municípios registraram alguma produção de mel em 2021. A liderança é de Arapoti (PR), com 925,6 toneladas.
Embora o consumo de mel no Brasil não seja expressivo, o país se destaca pela produção de alta qualidade, o que impulsiona sua presença no mercado internacional. O comércio internacional, resultado direto da globalização, desempenha um papel fundamental na geração de renda para o nosso mercado. Sem as exportações, mais de 80% da produção de mel brasileira não teria um destino para escoar.