Resumo Executivo – Cultura do Tabaco
Aspectos produtivos
- A importância socioeconômica do tabaco para a região Sul do Brasil é indiscutível. Presente em 556 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o tabaco é cultivado em mais de 280 mil hectares, por aproximadamente 150 mil produtores integrados. Um universo de aproximadamente 600 mil pessoas participa desse ciclo produtivo no meio rural, somando uma receita anual bruta de R$6,28 bilhões segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
- O tabaco é responsável por 46% do rendimento bruto dos produtores mesmo ocupando somente 19% da propriedade em média.
- 50% dos produtores garantem renda com outras culturas além do tabaco.
- Um hectare de tabaco gera a mesma receita que sete hectares de milho.
- Com aproveitamento bem planejado dos recursos das propriedades e rendimento satisfatório em pequenas lavouras de tabaco, os produtores também conseguem ter bom percentual de reserva florestal.
- A média é de 24% da área das propriedades coberta por mata, sendo 9% de mata nativa e 15% de mata reflorestada. A presença de reflorestamento se deve à ação iniciada pelas indústrias de tabaco na década de 1970, de incentivo ao plantio de espécies energéticas para uso nas estufas de tabaco, o que além de tornar o setor autossuficiente em lenha, também aumentou a presença de florestas nas regiões produtoras.
Aspectos comerciais
- A produção em 2019 alcançou 632 mil toneladas, sendo que deste volume 50% foram produzidos no Rio Grande do Sul, 28% em Santa Catarina e 22% no Paraná, gerando também 40 mil empregos diretos nas indústrias de beneficiamento instaladas no País.
- Com esses números o Brasil se mantém em destaque no cenário mundial, ocupando as posições de 2º maior produtor mundial e, desde 1993, de maior exportador de tabaco do mundo. Do total, mais de 85% destina-se ao mercado internacional. Clientes de todo o mundo – 111 países – são abastecidos com o tabaco brasileiro.
- O principal mercado continua sendo a União Europeia, destino de 40% do tabaco exportado.
- Líder mundial em negócios com tabaco e detentor de 25% das vendas do produto no planeta, o Brasil fechou 2019 com US$ 2,14 bilhões e 549 mil toneladas em exportações, segundo dados do Ministério da Economia.
- O aumento foi significativo, pois os números finais revelaram o incremento de 7,6% em dólares e de 19% no volume de tabaco embarcado em relação ao ano anterior (2018), quando haviam sido embarcadas 461 mil toneladas, gerando US$ 2 bilhões em divisas.
- Porém, o mercado tem se mantido estável e esse acréscimo se deve ao fato de, no ano anterior, ter havido queda em função de questões logísticas e da decisão da China postergar embarques para o início de 2019.
Desafios do setor
- As campanhas antitabagistas desenvolvidas nas últimas décadas, as restrições ao fumo em locais fechados, o preço cada vez mais elevado para o consumidor, a proibição da mistura de aromatizantes nos cigarros, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expansão do contrabando de cigarros nos últimos anos e a concorrência desleal com a indústria regular, configuram desafios complexos para o setor.
- Diante disso, os stakeholders deverão conciliar as políticas voltadas à saúde pública com a manutenção da cadeia. É preciso observar a perspectiva social e o fato de a fumicultura ser importante para a subsistência da atividade agrícola.
- A liberação e a regulamentação de novos produtos de tabaco, uma vez que eles já estão sendo usados em vários países do mundo e, no Brasil, também devem fazer parte da estratégia do setor, visto que podem configurar em um novo mercado de exportação do tabaco brasileiro.
- Portanto, por mais que o Brasil se mantenha na liderança das exportações mundiais, ainda existe uma fatia do mercado inexplorada. O nosso modelo de pequenas propriedades de base familiar é altamente rentável e produtivo para competir no cenário mundial de tabaco que movimenta cerca de R$ 2,5 trilhões por ano em mais de 200 países.
Fontes:
Sinditabaco. BRASIL & TABACO – Liderança no mercado mundial.